Convido os amigos (as) à reflexão sobre a proposta de reforma tributária. Sem adentrar nas questões técnicas e jurídicas, meu entendimento é de que sim, o Brasil precisa de mais justiça tributária e os mais ricos precisam pagar mais impostos.
É claro que, enquanto cotistas de FIIs, temos nossos próprios interesses e viéses. Mas, seria mesmo a tributação de pessoas físicas no mercado de fundos imobiliários a melhor ferramenta para isso, afugentando investidores que financiam um mercado em plena ascensão? Pensem em quantos empregos são gerados em shoppings, hospitais, faculdades, agências bancárias, lajes corporativas, galpões logísticos, empreendimentos imobiliários, terras agrícolas, hotéis e até cemitérios. Deseja o governo que migremos para a renda fixa, investindo em produtos bancários, aumentando os lucros de um sistema financeiro já trilionário? Quem essa proposta beneficia? A pretexto de reduzir as iniquidades, mantém-se uma série de privilégios descabidos. A ideia de corrigir a faixa de isenção de IR é boa, porém, o projeto não toca na tributação das grandes fortunas (imposto previsto no art. 153, inciso VII, da Constituição Federal, que acabou nunca saindo do papel). Mantém-se a isenção de IPVA para jatinhos e iates particulares. Não desonera o consumo, principal fator de desigualdade tributária e social.
Não pretendo, aqui, abordar todos os pontos, porque o fórum não é espaço para isso, mas penso que os gestores de FIIs , que certamente estão se movimentando para demostrar ao governo o quanto essa proposta de tributação de FIIs pode colocar em risco o crescimento de um setor que hoje é um dos vetores do desenvolvimento nacional, um mercado que, como eu disse, encontra-se em plena ascensão e gera empregos e renda para a população.