Cenesp termina modernização de R$ 93 mi para melhorar atratividade e inquilinos
O Centro Empresarial de São Paulo (Cenesp), na Zona Sul da capital paulista, chegará em dezembro ao fim das suas obras de revitalização, que levaram dois anos e consumiram R$ 93 milhões, um dos investimentos mais altos já aplicados em retrofit de edifícios comerciais no País. Com a modernização, os proprietários esperam aumentar a atratividade do empreendimento e atrair novos inquilinos, mesmo diante da recessão econômica nacional e da concorrência de outros edifícios mais jovens na região. O investimento na revitalização foi encabeçado pelos sócios majoritários do Cenesp: o Grupo Panamby, dono de uma fatia de 33,6%, e o BTG Pactual, dono de 30,9%. O restante da sociedade está pulverizada entre fundos com participação inferior a 6,0%, pertencentes a Mapfre Seguros, Bunge, Fundação Petros, Fundação Cesp, entre outros. "O objetivo do aporte é manter o ambiente competitivo. Esperamos colher os frutos ao longo dos próximos anos", afirmou o presidente do Grupo Panamby, Duilio Calciolari, em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado). "Esse é um dos maiores investimentos em revitalização já feitos no Brasil. Ele ocorreu justamente em um momento delicado da economia. Mas conseguimos concluir, sem desacelerar as obras", ressaltou. O Cenesp reúne um conjunto de edifícios corporativos, com lajes de 2.880 metros quadrados e pé direito de 3 metros, estruturas amplas para os padrões atuais. Ali estão instaladas empresas como Fidelity e Tivit, dois grandes call centers; e uma unidade da americana GE. Ao todo, o complexo possui área bruta locável (ABL) de 144 mil metros quadrados, o que o coloca entre os maiores complexos empresariais do País. O espaço também abriga um mini shopping center com ABL de 12 mil metros quadrados. Atualmente, o Cenesp tem 30% da área corporativa vaga, e ocupação integral da área do shopping. A vacância média da cidade de São Paulo é de 23%, segundo dados da consultoria imobiliária Engebanc. Segundo Calciolari, a vacância no Cenesp era próxima de zero há quatro anos, mas aumentou em decorrência de áreas devolvidas por empresas que demitiram funcionários, diminuíram de tamanho e/ou se mudaram para prédios menores em meio à crise. Na opinião de Calciolari, que também é ex-presidente da Gafisa, a melhora do mercado imobiliário comercial deverá ser lenta, em paralelo à recuperação da economia brasileira. Ele estima que a vacância voltará ao patamar de equilíbrio, de 10% a 12%, só por volta de 2019. Diante desse cenário, o Cenesp está praticando preços médios de locação de R$ 48,00 por metro quadrado. O valor pode ser considerado competitivo para a região. Também na Zona Sul, boa parte dos edifícios corporativos têm aluguéis acima dos R$ 70,00, ainda que ofereçam instalações mais novas e localização em região mais nobre da Marginal Pinheiros, voltada para o bairro de Santo Amaro.