Bom dia.
Matéria do valor.
Como se comportou o Ifix e o que esperar daqui para frente
VALOR ECONÔMICO (SP) FINANÇAS 22/08/2017 às 05:00
POR ANITA SCAL E ALEXANDRE RODRIGUES
Warren Buffett é um dos maiores investidores de ações do mundo, investe em marcas como Coca-Cola e IBM, e ostenta um retorno de 20% ao ano desde a década de 1960.Pelos menos nestes últimos 12 meses, os investidores dos fundos imobiliários puderam auferir uma rentabilidade digna de Warren Buffett - em 12 meses (julho de 2016 a julho de 2017), a rentabilidade do Ifix, índice que mede a rentabilidade dos fundos imobiliários negociados em bolsa, foi de 19,0% ao ano.Vale lembrar que os patamares de juros dos EUA e do Brasil são incomparáveis, mas ainda assim o retorno foi expressivo, mesmo quando comparado com índices como o IMA-B (índice que mede uma carteira de NTN-B) e o CDI, que renderam 17,9% e 13,8%, respectivamente, no mesmo período. Pode-se dizer que os investidores de fundos imobiliários provavelmente ficaram satisfeitos com os ganhos nos últimos 12 meses.A alta do Ifix pode ser explicada principalmente pela: 1) redução da taxa de juros, que valoriza o preço dos imóveis como um todo; e 2) sinais de cenário econômico. Apesar de o contexto hoje ainda ser controverso, é quase unanimidade entre os especialistas que o cenário político é mais favorável do que em julho de 2016, quando estávamos na iminência do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Isso significa que mais empresas começam a retomar investimentos e analisam novos espaços para ocupar, trazendo demandas para imóveis das carteiras dos fundos imobiliários e valorização das suas cotas no mercado secundário.Quando destrinchamos o Ifix com base nas categorias, percebemos que os setores Shoppings Centers e Logística e Industrial tiveram uma rentabilidade ainda melhor que a média.No segmento de shoppings e varejo, que tem cerca de 10,8% do Ifix, percebemos que o mercado precificou uma recuperação do consumo e das vendas do varejo. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, demonstrava em julho de 2016 uma queda de 10,6% no volume de vendas do varejo ampliado, ano sobre ano. As dificuldades que o país enfrentava na época refletiam no varejo de forma significativa. Já neste ano, a pesquisa para maio tem alta de 4,5% nas vendas ano sobre ano. Vale ressaltar que a liberação das Contas inativas do FGTS pode ter influenciado o consumo. Apesar de o setor ainda ter desafios a superar, como retração do crédito e crescimento do e-commerce, a melhora do consumo e dos indicadores do varejo foi suficiente para que o segmento tivesse a melhor rentabilidade do Ifix no período. O setor de logística e industrial também apresenta alguma correlação com o consumo e teve alta de 28,4% no período. Contudo, como esse é um segmento ainda pequeno dentro do Ifix, com 3,88% e somente cinco fundos, é inconclusivo dizer que esses fatores tiveram influência. ...segue....