Fiz umas contas extremamente simplistas, tentando imaginar cenários para o fundo após a revisional.
O valor que o hospital pagava quando houve a citação do fundo (agosto/2016) era de R$ 2.211.106,08, com reajuste em abril pelo IGP-M, mas o hospital obteve uma decisão liminar para pagar efetivamente R$ 1.768.884,87.
A sentença fixa um valor de aluguel para válido a partir da citação (agosto/2016), que passaria a ser a nova data-base do reajuste anual.
Considerando que a citação ocorreu no fim de agosto e a decisão irá retroagir até esta data, para facilitar os chutes, fiz umas estimativas a partir do mês de setembro/2016, pago em outubro/2016.
Isso dá um montante pago de R$ 69.082.759,83 até este mês.
Durante a perícia, o fundo apresentou um laudo dizendo que o aluguel na data da citação deveria ser R$ 2.045.050 (ou seja, o fundo reconhece que o valor deve ser revisto). Neste cenário o hospital deveria ter pago R$ 77.343.437,54 até este mês. Uma diferença de R$ 8.260.677,72 EM FAVOR DO FUNDO (crédito a receber).
Por outro lado, a sentença fixou o aluguel em R$ 1.469.998,86. Neste cenário o hospital deveria ter pago R$ 55.689.506,34 até este mês. Uma diferença de R$ 13.393.253,49 A SER DEVOLVIDO PELO FUNDO.
Há ainda um possível terceiro cenário, pois o hospital também apresentou um laudo durante a perícia, apontando um aluguel de cerca de um R$ 1.195.000,00. Caso o hospital recorra e vença seu recurso, o valor que deveria ter sido pago seria R$ 45.271.436,52 até este mês. Uma diferença de R$ 23.811.323,31 A SER DEVOLVIDO PELO FUNDO.
No cenário de provimento do recurso do fundo, o hospital deverá pagar o fundo um montante equivalente a 3,7 meses de aluguel, que geraria um ótimo rendimento extraordinário, ou um semestre inteiro de renda gorda caso o fundo dilua o pagamento.
No cenário de manutenção da sentença, o crédito do hospital seria quitado com compensação dos alugueis futuros, ou seja, o fundo ficaria 8 meses sem receber nada, recebendo 81% do NOVO aluguel no nono mês, normalizando o fluxo no 10º mês.
O cenário mais catastrófico levaria o fundo a permanecer cerca de 17 meses sem receitas, até que todo o montante seja compensado.