Acabei de ouvir agora a entrevista do Ricardo Almendra para o Baroni. Não tinha tido tempo de ouvir antes.
Não o conheço pessoalmente, e sou, como muitos aqui, simples cotista do fundo. Mas todas as vezes que o ouvi falar, e explicar o racional por trás da gestão de RBRP e dos demais fundos da gestora, ele sempre me passou muita seriedade, de um lado, e muito conhecimento do que está fazendo, de outro. De modo que, de minha parte, fico tranquilo, independente do valor da cotação atual. É evidente que eles não estão confortáveis com a vacância em River One e o fim da RMG. Mas vi na entrevista o que queria escutar dele: que não vão "torrar" o River One, ou seja, alugar a qualquer preço, apenas para evitar uma queda momentânea nos dividendos. Estão trabalhando intensamente na parte comercial, mas buscando um preço justo! Não mais do que vale, não querendo ser "o valentão"....mas buscando, sim, um preço justo que atenda aos interesses dos cotistas. Se o rendimento mensal tiver que cair momentaneamente, e possivelmente vai cair sim em dezembro, é do jogo. Quem investe em renda variável tem que estar preparado para isso, ou não sabe no que está investindo.
Venho de uma família que há cinquenta anos está no segmento imobiliário, e posso afirmar que, no investimento direto em imóveis para renda, muitas vezes passamos não meses, mas mais de um ano com um imóvel desocupado, pagando condomínio e IPTU. E a melhor solução, nesses casos, nunca foi "torrar o imóvel", ou seja, alugá-lo a qualquer preço. Essa sensação de "desespero na causa" só prejudica eventual negociação que RBRP esteja entabulando, pois serve sim de tremendo argumento de pressão para o potencial locatário. Sorte que o Almendra e equipe parecem ter suficiente experiência para não se vergar a esse tipo de pressão, por mais que seja uma gestão extremamente ativa e preocupada, sim, com a manutenção da renda e os interesses dos cotistas. Mas ficar alguns meses com o rendimento um pouco mais achatado não é nenhum fim do mundo. No mais, vejo nos preços que vinham sendo praticados (R$ 50 por cota) verdadeira "barbada" para a aquisição de um bom imóvel por quase a metade do que vale. Negócio de ocasião, que você não encontra no mercado "real" de imóveis à venda por aí. E, ao que parece pela alta da cota dos últimos dias, outros começaram a ver a mesma coisa, mesmo sem terem alugado ainda o River One. No fim do dia, o que interessa é: 1) você acha os imóveis do fundo bons ou ruins? 2) você acredita na qualidade e na seriedade da gestora?
Por ora, minha resposta é afirmativa para ambas as perguntas.
Aumentei posição a R$ 50, e parei de aportar agora, com a recente escalada do valor da cota, porque vejo sim espaço para novas quedas ali por novembro/dezembro, quando o rendimento será impactado pelo término da RMG, e a grande maioria dos investidores em FIIs é sim muito sensível a ver apenas o DY. Mas no médio e longo prazo estou tranquilo com a gestão, e sigo acreditando em RBRP.