Pessoal,
Estou vendo muita gente comentando a nova emissão. Fico arrepiado quando vejo alguns comentários mais eufóricos aqui. Parece até clima de liquidação.
Tomem cuidado! Não estou dizendo para não entrar, mas existem alguns fatores que devem ser avaliador. Não sou especialista, mas vou passar os meus pontos como leigo
a) Gestão:
a1) No ano passado, a Gestora (JPP Gestão) e a Administradora (Finaxis) protagonizaram uma das discussões em torno dos fundos de recebíveis. A Administradora adotava metodologia de distribuição heterodoxa e, com isso, "acruava" parte da correção monetária no fundo. A bateção de cabeça durou alguns meses e terminou com a publicação do fato relevante mais obtuso da história dos FIIs. O próprio Arthur Vieira de Morais chegou a criticar o documento no programa dele. Hoje, o fundo está distribuindo em sintonia com os pares, mas, na minha opinião, a polêmica durou mais do que o necessário e acabou deixando muitos cotistas com um pé atrás com o fundo.
a2) A gestora demorou muito a fazer a emissão. Não emitiu na hora certa. Enquanto os seus pares (IRDM11, RBRR11, HGCR11 e UBSR11) estavam fazendo emissões menores e de rápida alocação, o OUJP11 ficou inerte.
a3) Os relatórios do fundo melhoraram muito. Estão seguindo o patamar de transparência inaugurado RBRR11.
b) Carteira:
b1) A carteira do fundo é boa. A maior parte dos CRIs são de qualidade "alta" e "alta-média".
b2) Não entendo o fundo ter cotas do OULG11B em carteira (antigo PDDA11B). Sou cotista do OULG11B comprei em um leilão em janeiro. Conheço o risco de estar em um mono-mono. No entanto, apesar de pagar dividendos gordos, não acho que o fundo devesse assumir o risco de outro FII de outro segmento. Entenderia o fundo ter KNCR11 ou KNIP11, mas ter FII de logística mono-mono?
b3) No outro extremo, tem o CRI Aliansce, que paga míseros 99% do CDI. Só pode ser estratégia de liquidez, para não deixar dinheiro na RF.
c) Tamanho e momento da emissão:
c1) O fundo poderia ter feito emissões menores e mais fáceis de serem alocadas (como fez o RBRR11, o IRDM11 e o UBSR11). No entanto, optou por mais do que dobrar de tamanho em uma emissão só. Essa decisão vai penalizar muito os cotistas antigos, que ficarão meses até terem os seus rendimentos no mesmo patamar (se é que volta ao mesmo patamar???).
c2) Com o juros futuros em baixa, não é o momento bom para alocar. Provavelmente, os novos CRIs terão taxas menores que as atuais. Se o mercador virar, poder ser que consigam taxas melhores, mas não dá para apostar no acaso.
Cheguem a suas próprias conclusões.
Pessoalmente, decidi vender parte das minhas cotas e não entrar na emissão. O dinheiro da venda será utilizado na emissão do BCRI11. Não descarto voltar para o fundo depois da emissão. Depois da emissão e com o início das alocações, será mais fácil avaliar. Além disso, as cotas podem despencar nos meses após a emissão, se a distribuição cair muito.