Quantos FIIs devo ter na minha carteira?
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Nathan Octavio Dias Duarte Rodrigues (Nod)
Nathan Octavio Dias Duarte Rodrigues (Nod)
Em primeiro lugar, nenhum estudo científico vai dizer quantos fundos um investidor deve ter. Cada estudo vai fazer um recorte específico para olhar essa questão sob uma certa perspectiva; vai considerar algumas variáveis para fazer a análise, mas vai, certamente, descartar outras. E isso não é ruim, mas é importante entender esses limites que o próprio pesquisador escolhe ao trabalho. Estudos diferentes feito com escopos ou metodologias diferentes podem ter resultados totalmente diferentes.
Mas e na prática? São apenas duas regras muito simples:
1. Não seja sócio de fundos ruins;
2. Seja sócios de todos os fundos bons que encontrar.
Pode parece simplório, mas um par de regras extremamente poderoso. Já conversei com inúmeros investidores com a mesma dúvida dessa mensagem que recebi recentemente:
Ou seja, ele estudou alguns fundos imobiliários, e encontrou cinco que atenderam seus critérios. Mas, como alguém disse que o número mágico é dez, ele está na dúvida sobre quais FIIs (dos quais ele não gostou) ele deve incluir. Isso é extremamente perigoso! Você precisa ter seu patrimônio trabalhando o tempo todo a seu favor. E dinheiro em fundo ruim está exatamente trabalhando contra você. É alguém que está remando o barco do seu patrimônio para o outro lado. Se você encontrou cinco fundos que atendem seus critérios, seja sócio de cinco; se encontrou 8, seja sócio de 8; se encontrou 10, seja sócio de 10; se encontrou dois, seja sócio de dois. Mais importante do que a qualidade é que todos remem para o mesmo lado.
E existe a dúvida exatamente oposta, como a que me mandaram no início do mês:
Esse investidor encontrou mais fundos do que o número mágico que ele impôs para si. Agora ele se sente obrigado a descartar fundos que ele considera bons e que poderiam trabalhar para ele. Sabem qual a consequência? Na hora em que um desses fundos descartados anunciar uma boa notícia, ele vai ficar com vontade de colocá-lo na carteira e descartar outro; e quando esse novo descartado tiver um evento positivo, ele vai correr para comprá-lo; etc. Vai passar o resto da vida chegando atrasado nas notícias, e sem saber o quê está fazendo de errado já que as boas notícias nunca acontecem com os fundos que ele tem em carteira. (Sim, a Lei de Murphy é bem cruel nessas horas).
Simples, mas extremamente poderoso.
O gestor tem que demonstrar que realmente realiza uma gestão ativa e performa no longo prazo acima do seu benchmark. Caso não performe ou não comunique de forma objetiva suas estratégias é melhor o investidor avaliar de forma cuidadosa a manutenção desse fundo em sua carteira.