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Mercado de condomínios logísticos cresce em meio à pandemia
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Giancarlo Nicastro (Gianicastro)

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Publicado em
15 / 02 / 2021
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CEO SiiLA Brasil
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Várias grandes locações de imóveis logísticos marcaram o último trimestre de 2020 e causaram impacto positivo gigantesco no setor, aponta SiiLA Brasil


No quarto trimestre de 2020, o mercado brasileiro de condomínios logísticos (classes A+, A e B) registrou um saldo positivo de locações, o que impactou significativamente no balanço entre entradas e saídas de inquilinos, segundo monitoramento da plataforma de pesquisa imobiliária SiiLA Brasil. Nos 16 estados do país monitorados pela plataforma, 672.589 m² foram ocupados a mais do que o total de devoluções (absorção líquida), entre outubro e dezembro.


As movimentações do quarto trimestre foram muito relevantes e, em sua maioria, envolveram grandes áreas. Somente em São Paulo, a absorção bruta encostou em 611 mil m² e superou 488 mil m² de saldo líquido, além da entrega de 86.924 m² novos no período (tudo de alto padrão). Minas Gerais, que incorporou ao estoque mais 78.601 m², registrou absorção de 94.018 m² e saldo líquido de 84.342 m².


Com muitas entregas pré-locadas, o desempenho já era esperado pela SiiLA Brasil e foi possível por conta de locações nos últimos meses de 2020 que chegam a quase um milhão de metros quadrados: 926.452 m² de galpões logísticos (classes A+, A e B) receberam novos inquilinos em todo o Brasil. Foram realizadas muitas contratações de mais de 30 mil m² e outras tantas acima 70 mil m².


“O período foi marcado por novos empreendimentos entregues. Vale ressaltar que as entregas de novos condomínios têm acontecido, cada vez mais, com maior rapidez e que, além disso, foram assinados muitos grandes contratos relativos a áreas muito maiores do que o normal. Com tudo isso, o resultado positivo já era esperado e, sem tantas saídas, a taxa de vacância despencou”.

De acordo com dados da SiiLA Brasil, no final de 2020, o índice geral de galpões desocupados no Brasil ficou em apenas 13,87% – uma queda de 4.5 pontos percentuais vistos ao fim de 2019, quando a taxa era de 18,3%. O Estado de São Paulo iniciou 2020 em vacância de 18,20% e encerrou com 13,9%.


No último trimestre de 2020, mais 241.311 m² foram incorporados ao estoque do país, que hoje acumula pouco mais de 17,5 milhões de m². Para 2021, São Paulo projeta quase 1,5 milhão de m² de novo estoque (300 mil já estariam locados).


GRÁFICO 1: PROJEÇÃO DE NOVO ESTOQUE EM SÃO PAULO PARA O ANO DE 2021 EM METROS QUADRADOS
Fonte: SiiLA Brasil

“Nesse cenário, o e-commerce, que tem um potencial de mercado ainda muito grande, vai continuar puxando a demanda e motivar investimentos altíssimos”.


Grandes contratos


De fato, Mercado Livre e Amazon responderam por algumas das mais significativas negociações do ano de 2020, indicando a força com a qual grandes empresas de comércio online demandam espaços logísticos. “Vale ressaltar, que estas empresas buscam também empreendimentos de alto padrão, na busca por otimizarem o máximo possível suas operações logísticas para uma melhor e rápida distribuição de mercadorias. Tanto que o Mercado Livre locou 75.847 mil m² no DCC Distribution Center Cajamar, um empreendimento de Classe A+, desenvolvido pela GTIS, Etoile, Grifo e BMC, localizado a apenas 46km da capital São Paulo”, comenta o CEO Giancarlo Nicastro. A empresa também locou área no Rio de Janeiro. Foram 35 mil m² do GLP Duque de Caxias.


Entretanto, a maior movimentação foi da Ford. Como sinal da desmobilização industrial que marcaria o recente anúncio de saída da montadora do país, a empresa teve duas entradas em condomínios logísticos em São Paulo ao longo do último trimestre de 2020. À saída do terreno vendido em São Bernardo do Campo, a companhia respondeu com a locação de 78 mil m² de condomínios em Cajamar e de mais 77 mil m² no DVR Business Park Porto Feliz (na região de Sorocaba).


Somente a Ford absorveu 155 mil m². Este setor de veículos e peças foi muito abalado pela restrição de importação de insumos no ano passado, que reduziu a oferta de veículos novos e peças, mas tem uma demanda reprimida a atender. Daqui para frente, há uma tendência de empresas tradicionais, que antes possuíam suas próprias plantas industriais e para a armazenagem, buscarem empreendimentos logísticos para locação, visando otimizar suas operações logísticas.


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